quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carlos Drummond de Andrade


No dia 10 deste mês eu coloquei essa frase do Drummond aqui no blog. Ontem, arrumando as pastas do meu computador achei essa arte que, se não me engano, deve ser de 2004. Por isso, resolvi colocar novamente.

o homem condenado pela poesia

Ele nasceu declamando um choro forte e sem rimas. Foi um menino quieto, às vezes surpreendente. A primeira palavra que falou foi “escaravelho”.
Aos oito anos de idade, mandou publicar, sem o consentimento dos pais, uma notícia nos classificados: “Vende-se ou troca-se, por inutilidade de igual valor, o fim de uma história encontrada no podre de uma manga no tempo”.
Apanhou e chorou quieto, engolindo as rimas dos palavrões.
Mas era um garoto esforçado e estudioso. “Já na faculdade, tentou, através de incontáveis correspondências, introduzir uma nova definição para a palavra “vida” nos dicionários existente”:
“Vida: entidade proprietária de danças e paralisias de salão”.
Foi motivo de chacota. O pior de tudo é que ele tinha como provar as coisas que pensava, falava ou escrevia, mas ninguém tinha paciência para olhar no fundo dos seus olhos, bem lá no fundo, bem longe, onde o vento e os sentimentos fazem a curva.
Formou-se em meteorologia. Como bom profissional que era, foi contratado por uma grande emissora de televisão. Apareceu de terno e gravata, ao vivo, e declarou:
“Esta é a previsão do tempo para hoje. É provável que sobre o quarteirão da casinha de dona Margarida, ainda esta tarde, uma garoa fina, bem fina, tente ensinar boa maneiras às tempestades”.
Foi despedido. Não chorou. Reuniu os advogados, deixou um testamento:
“Hoje estou com vontade de morrer, morrer em versos. Misturar as cores da carne com as do espírito e recolorir o túmulo da falta de imaginação. Deixo, para os leitores desse documento, todas as coisas lindas que existirem, sei que existem, bem ali, um centímetro depois da minha miopia”.
Morreu quieto, de madrugada. Com a boca cheia de terra em cima, fez assim sua primeira rima. E não declamou mais nada.
Texto do livro: Acaba em Romã de Téo Lopes de Andrade

Philips e o Galo Simon


Vejam que bela peça publicitária! Recebi hoje de uma amiga e fiquei aqui me perguntando porque não sou convidado para trabalhos desde nível. Imagina, que delicia deve ser, testar um novo produto, no caso o Philips Wake-up Ligth (lâmpada para acordar), desta forma que esta equipe fez.
Com este comercial, a Philips disparou um concurso de idéias criativas: Quem pode desafiar a Philips? Um canal especial de twitter é dedicado para captar idéias de propostas feitas por usuários. O prêmio é uma TV Philips Cinema Ambight 21:9, widescreen.