segunda-feira, 3 de maio de 2010

Olha a Inteligência

Uma filhote de gorila nascida há nove dias descansa no zoológico de Praga, na República Checa Filip Singer/EFE

Navegar é lição de sempre

Devo confessar que nasci em Olímpia e sou neta de Ulisses. Vem daí meu gosto por viagens, dentro e fora de mim.
Na minha meninice havia no quintal da minha casa, de terra natural, cajueiro, jabuticabeira, pé de jambo que me acolhiam em minhas leituras, horas a fio sem que o sonhar acordado fosse interrompido por outros sons que não fossem de passarinhos. Ali  viajei muito, da minha Ítaca para terras distantes, conheci pessoas de outras eras que faziam parar os relógios e ensinavam que a ficção é de sempre, presente a cada olhar para a folha de papel.
Mas outras “grandes” viagens se fizeram na adolescência. Um grupo de meninas ousadas elegia Ribeirão Preto como centro de referência. E, vindas de ônibus, escolhíamos um dia das férias para a grande viagem, não mais pelo Mediterrâneo, mas para outro rio que, ainda não sabia, seria o novo “rio da minha aldeia”.
Chegar era uma festa e dentro de mim, de nós, estávamos no centro do mundo. Andávamos pelas ruas e o pouco dinheiro que tínhamos era suficiente para os desejos de consumo àquela época. Havia uma Rosifini para nossos pés, uma Matriz para o alto, onde cabiam três pedidos, promessas válidas só para o momento de elevação. Mas o grande momento era a Praça XV com seus prédios “modernos”, compatíveis com as ilustrações de livros, a própria praça, seu verde e músicos tocando.
As Lojas Americanas anunciavam novos tempos e fascinavam pela exposição tão próxima  de nós. Aparentemente era possível tocar sem comprar, como se tudo estivesse ali gratuitamente, despertando o desejo de ter. O almoço, no mesmo espaço, era regado a suco, hamburguer, de formatos variados, hula-hula, e aquele serviço já indicava, sem que déssemos conta, que, em qualquer medida, um novo modo de ser entrava por todos os poros.
Ao final do dia, o regresso a Ítaca ia pontuado de sonhos sonhados, acordada. Aquela música da cidade, a fisionomia urbana eram o
grande “recado do morro”, “a cidade invisível” a qual Ítalo Calvino, ao traduzir sua memória, empresta-me em busca da palavra para nomear. Ali eu instalaria minha alma definitivamente e, para sempre, ribeirãopretana.
Voltei e tornei a voltar e a voltar para viagens “de longo alcance”, até o dia em que minha família, por opções de trabalho, veio de “mala e cuia” para minha “matria”, minha nova pátria-mãe. Não abandonei Ítaca, mas, como Ulisses, meu destino é navegar. Aportei no rio da minha aldeia, meu Ribeirão, e entre pessoas, junto a Pessoa, o contradigo, sabendo que negar é também um modo de afirmar: “Que graça ter trazido o passado roubado na algibeira!”
Texto de Marisa Giannecchini G. de Souza publicado no Guia Centro de Ribeirão - Edição Jun 2008

Estação Ferroviária

A atual Estação Ferroviária de Ribeirão Preto, localizada na Av. Mogiana, 2.307, que foi inaugurada em 01 de Junho de 1965, na época, fora da cidade. Foto de 1985 - Hermano Teixeira Machado.

Baptistão

Eduardo Baptistão é um ilustrador reconhecido por ter um trabalho constante e maduro. Baptistão nasceu em 1966, formou-se na Casper Libero em 1988 e trabalha no Estadão desde 1991, na Revista Carta Capital desde 1995 e no Jornal da Tarde desde 2003. Durante todo este período, Eduardo ganhou muitos e muitos prêmios. Não vou enumerar, mas posso afirmar que são mais de 20 e os princípais dentro da área de ilustrações.

Botafogo F.C.

Foto Jornal "A Cidade"
O Botafogo Futebol Clube, de Ribeirão Preto, sagrou-se campeão do Interior do Campeonato Paulista de 2010, ao vencer o São Caetano por 1 x 0, no seu estádio, o Santa Cruz, no sábado, dia 1 de Maio. Na classificação final, o Botafogo terminou em sétimo lugar.
Parabéns Botafogo!
Eu cresci botafoguense, apesar do meu pai, que foi jogador profissional do Botafogo, como ponta direita, ter passado a vida torcendo para o Comercial. Naquela época, os meninos, com 8, 9, 10 anos, iam ao campo de futebol em turmas, não existiam perigos e os preços dos ingressos eram bem acessíveis.
Nos Campeonatos Paulista dos anos 1960, com dois turnos, jogos de ida e volta, com pontos corridos, não existia jogo ruim. Qualquer jogo, de quarta-feira a noite ou aos domingos a tarde, o resultado era 3 x 0, 4 x 2, enfim, os jogos eram sempre muito disputados.
Pelé, Zito, Coutinho, Pepe, Gilmar, alegravam a torcida do Santos e encantavam as adversárias. Mas, o São Paulo tinha Bellini, Dário Pereira, Paraná, Gerson;  no Palmeiras, Leão, Djalma Santos, Dudu, Ademir da Guia, Cesar, e no Corinthians, Rivelino, Ado, Zé Maria, Flávio e muitos outros craques.
Geralmente, os craques passavam a vida no seu Clube. Era dificil um grande jogador que ficava mudando de clube. O maior exemplo é o Pelé, que nasceu, cresceu e terminou sua carreira no Santos. Sua ida para os Estados Unidos foi depois de encerrar a carreira no Brasil.
Com o tempo, os campeonatos foram mudando, os dois principais times de Ribeirão, foram caindo pelas tabelas, o ingresso ficou caro e a TV facilitou ficar em casa.
Assim, afastei-me dos campos e do futebol. Hoje em dia, assisto aos principais jogos da Copa do Mundo de 4 em 4 anos e vejo um bom jogo, geralmente nas finais.